O PRAZER DE LER E ESCREVER, É VIVER INTENSAMENTE 
O COELHO MALANDRINHO
O COELHO MALANDRINHO

 

 

Tico é o coelho mais veloz do bosque.
Ninguém consegue vencê-lo. Alguns já tentaram. O macaco, o leão, o tigre, a raposa e todos, Tico deixou comendo poeira até que apareceu no bosque a tartaruga Cacau, que se dizia muito ligeira. Cansada de ouvir Tico contar vantagens resolveu enfrentá-lo.
Tico caiu na gargalhada diante deste convite inusitado.
__ Há, Há, Há! Dona tartaruga, pra mim fica até chato competir com a senhora!
__ E porque não, Tico! Você vive se queixando que não tem desafiante pra você aqui na mata! Tai, eu me ofereço a correr com você!
Tico rolava no chão de tanto rir.
__ Há, Há, Há! É melhor deixar quieto, dona Cacau! A senhora nunca vai me vencer! Só o que me faltava, perder para uma tartaruga cinquentona como a senhora!
__ O que é Tico! Está amarelando? Onde está o coelho autoconfiante, orgulhoso de sua velocidade?
__ Dona tartaruga, não estou entendendo aonde a senhora quer chegar?
__ Tico, você pode ter a juventude e a rapidez, mas eu tenho a experiência de vida, do meu lado.
Tornou Tico mais uma vez zombando da adversária.
__ Há, Há, Há! Dona tartaruga a senhora deve estar de brincadeira comigo!
__ Não estou não, quando você estiver pronto, você me avisa filho!
A bicharada ficou em total alvoroço diante da expectativa.
Tico desabafa com a formiga:
__ Tem graça dona formiga, eu entrar em competição com uma tartaruga velha, como a dona Cacau!
Foi a formiguinha Janaina que respondeu:
__ O que há, Tico. Está com medo da dona tartaruga?
__ Não é nada disso, menina! É que ela está muito velha pra competição! Que graça vai ter eu ganhar dela?
__ A graça, respondeu a forminha Janaina, é que se você perder pra tartaruga Cacau, você vai ficar desmoralizado! Eu acho que você está é com medo de perder!
Retrucou a formiguinha Janaina, provocando Tico.
__ Não estou com medo! Só não estou vendo vantagens em desafiar uma tartaruga velha! Eu não quero entrar nessa competição, justamente porque tenho certeza que vou ganhar disparado essa corrida.
A dona tartaruga ouviu o dialogo e ficou muito furiosa.
__ A menina Janaina tem razão, você está morrendo de medo de perder para uma velha tartaruga! Como é Tico? Vai continuar fugindo, está com medo de comer poeiras?
__ Há, Há, Há! Eu comer poeira da senhora, que piada!
A bicharada se alvoroçou e se dividiram em grupos começando as apostas, sendo assim Tico não teve alternativa, a não ser aceitar o desafio de dona tartaruga.
No dia marcado lá estava Tico e a tartaruga Cacau na faixa de saída.
Tico ria muito de dona tartaruga.
__ Há, Há, Há! Então dona Cacau, a senhora acha mesmo que vai me vencer?
A velha tartaruga com a sua experiência nada disse, apenas desejou boa sorte para Tico.
Esse deu de ombro desdenhando a sua adversária.
E assim a corrida começou. Tico em um arrancão foi parar a quilômetros de dona Tartaruga.
Lógico que Tico seria o vencedor na primeira arrancada, se no meio da estrada não tivesse encontrado uma linda coelhinha que desviou Tico da estrada de competição. Enquanto isso a dona tartaruga avançava lentamente para a faixa de chegada. Tico muito esperto depois de dar uma namoradinha pega a dianteira atravessando em um piscar de olhos a linha de chegada, não satisfeito com a vitória tira onda da cara de dona tartaruga.
__ Há, Há, Há! Eu não disse que aqui no bosque não tem páreo para mim?
__ Você tem toda razão, Tico! Disse a velha tartaruga, ainda a caminho da faixa de chegada. Você é mesmo um herói que pode ter me vencido em velocidade, mas eu ganhei em experiência.
__ Experiência eu ainda não tenho, mas isso o tempo vai me trazer.
__ Não sei não, Tico! A experiência se adquire ao longo de nossas vidas, porém você anda tão velozmente que deixa de ver os acontecimentos a sua volta, deixando de ganhar experiência, ou seja, deixando de aprender.
__ Como assim, dona tartaruga?
__ Tico, você estava tão preocupado com a linha de chegada.
Continuou a tartaruga tentando responder as perguntas do coelho, altivo:
__ Não sei se você percebeu que no começo da estrada tinha uma família de ovelhas famintas, o que eu parei e lhe dei auxílio tirando de baixo do meu casco um pouco de alfafas fresquinha, mais adiante tinha uma perereca enganchada em cipós, parei e a salvei do emaranhado. Quase aqui na chegada tinha um filhote de zebra que tinha caído na armadilha de um caçador malvado, parei e desmontei a armadilha salvando o animalzinho, você também viu isso, Tico?
__ Não, dona tartaruga! Por onde eu passava levantava poeira, dessa forma a minha visão ficava prejudicada.
__ É justamente isso que eu quero dizer! Tem gente que atravessa a vida sem aprender nada, porque só se preocupa com si próprio. O troféu que você ganhou é brilhante, é bonito, mas é apenas um objeto material que nada vai lhe acrescentar como pessoa. Eu não ganhei troféu e nem fui campeã, no entanto estou feliz por ter sido útil a alguém.
__ Então Tico! Nesta competição quem foi o vitorioso? Eu ou você?
Tico abaixa a cabeça, envergonhado, dando à mão a palmatória.
A dona tartaruga não deixava de ter razão.
Do que vale a competição, se não for em prol do próximo!
 
 
Dilma Lourenço Moreira
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