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A GARÇA FAMINTA
A GARÇA FAMINTA

A garça Marilu mora em um farol no litoral de São Paulo, mais exatamente em São Vicente, porém se encontrava em um sério dilema, não conseguia parar de comer, quanto mais comia, mais fome sentia.
Marilu vivia triste, angustiada, apática pelos cantos, mal conseguia voar de tão pesada que estava, quando ouve uns gritos vindo do píer.
__ Hei garça gulosa! Deixa um pouco de peixe pra mim também!
Era o papagaio que estava pescando.
__ Não consigo! Responde a garça de boca cheia continuando a pescar e a engolir os peixes. O senhor pode me ajudar a parar de comer?
__ Que tal um SPA?
__ SPA! E onde fica isso? Pergunta a garça esperançosa.
__ Um esparadrapo no bico vai te impedir de comer todos os peixes do mar, KKKKKKK.
__ Que piadinha mais sem sal, papagaio.
__ E quem disse que é de se comer. É para rir, garça comilona! KKKKK.
A pobre da garça sai irritada se arrastando pra longe do papagaio, mais adiante encontra com um crocodilo tomando banho de sol na beira do lago.
__ Senhor crocodilo, será que pode me ajudar? Não consigo parar de comer!
O crocodilo com o olhar guloso, responde:
__ É querida, vejo que você está bem recheadinha! Chega mais pra perto, não estou te ouvindo direito.
A coruja de papo amarelo se aproxima.
__ O que está acontecendo aqui?
__ Você tinha que aparecer justo agora coruja maldita, terminou espantando o meu jantar.
A coruja finge não ouvir o crocodilo rabugento.
__ O que foi meu bem? Assustou-se com o velho crocodilo?
__ Não dona coruja, talvez fosse melhor que eu fosse devorada de uma vez, me sinto angustiada, estômago inchado, dolorido e mesmo assim não consigo parar de comer. Tenho a sensação que a qualquer momento vou explodir de tanto que como.
A coruja pergunta, preocupada:
__ Mas essa compulsão por comida apareceu assim de repente ou você sempre gostou de comer, Marilu?
__ Na verdade dona coruja sempre fui um bom garfo, mas de uns dias para cá me sinto um poço sem fundo, quanto mais eu como mais vontade de comer eu tenho.
A coruja depois de ficar um bom tempo analisando a silhueta redonda da garça, arrisca um palpite.
__ Minha querida Marilu, será que como toda fêmea o relógio biológico da natureza não está te cobrando o momento da maternidade, desencadeando em teu organismo a compulsão pela comida?
__ Em absoluto dona coruja! Diz a garça ofendida. Sou uma ave bastante jovem e além do mais nem pretendente eu tenho!
O papagaio que estava tentando pescar logo adiante ouvindo toda aquela falação diz, enfatizado:
__ Só não vê quem não quer, a garça gorda está mesmo é viciada em comida!
A coruja concorda com o papagaio.
__ Eu também acho Marilu e se for isso, o caso é um pouco mais grave!
__ Como assim? Eu estou doente, o meu mal não tem cura? Pergunta a garça Marilu, desesperada.
__ Como todo viciado você vai ter que se reeducar! Aprender a não comer por compulsão.
__ Eu não consigo dona coruja! Estou aqui me segurando, louca pra cair no mar e devorar centenas de peixinhos! Veja? Estou até trêmula! Diz a garça chorosa.
__ Calma querida! Você consegue! Tudo que ultrapassa o normal é nocivo à saúde, é preciso se amar, querer sair desse poço! Dá para perceber que você está sofrendo! Vício é dependência e Deus nos criou para sermos livres.
A garça Marilu continuava chorando, baixinho.
__ Por que dona coruja isso tinha que acontecer comigo? Sempre fui uma ave equilibrada, ponderada.
__ Isso acontece meu bem! Tem momentos em nossas vidas que estamos mais fragilizadas, carentes e o menor acontecimento em nosso dia a dia termina abalando o nosso emocional e nem percebemos que caímos na rede da dependência e se não tiver forças pra lutar contra esse mal, periga se enveredar por caminhos suicidas.
__ Deus me livre dona coruja cometer esse pecado, a senhora tem razão, sou forte e me amo, lutarei para sair desse vício da gula. Não quero ser mais um suicida comendo por compulsão, o mesmo alimento sagrado que nutre a vida se torna veneno por ser usado com demasia. Insistir nesse erro é loucura, amo viver e não vou desperdiçar a dádiva da vida que Deus me deu!
__ A senhora me ajuda dona coruja? Diz a garça decidida.
__ Sim meu bem! Estarei sempre do seu lado!
O papagaio, desanimado joga a vara de pescar para um lado.
__ Até eu vou te ajudar garça gulosa, nem que eu tenha que amarrar o teu bico, passei o dia inteiro tentando pescar. No rio não tem mais peixes, no lago também não, a comilona comeu tanto que os peixes estão fugindo assustados pro alto- mar.
Apesar de o caso ser sério a coruja solta uma gostosa gargalhada achando graça da revolta do papagaio, que estava tão bravo que lhe saia fumaça pela cabeça.
Por sua vez a garça se junta a coruja rindo da cara do papagaio. Riram tanto que acharam que tinham contagiado o papagaio, que passou também a gargalhar, mas o que elas não sabiam era que o papagaio ria era do papo enorme da garça Marilu, que balançava feito gelatina conforme ela gargalhava!
 
 
 
                           Dilma Lourenço Moreira  
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